Ninguém duvida que o serviço público tenha uma cultura própria, cheia de ritos, protocolos e manias que de tão impregnados passaram a fazer parte do inconsciente coletivo do funcionalismo. Estão lá, em cada uma das categorias, para os mais diversos efeitos que se possa imaginar. Começando pela fixação pelos incontáveis memorandos, a guia rosa, a amarela, e por favor, não esqueça o carimbo na quarta via. Aquela que servia para que mesmo? Opa, não me lembro, mas também não é nosso tema.
Bem, 1- o servidor acredita estar extremamente empenhado em uma tarefa hercúlea e solitária, já que não pode contar com a cigarra ou com a colega mosca morta; 2-ele acredita que a persistência renderá algum resultado; 3- que será, de alguma forma, gratificado por seu empenho.
Até entendo que o servidor não conheça intimamente o funcionamento de um formigueiro, que não saiba que todas as formigas trabalham, ou que possuem funções bem definidas, porque há clareza na determinação dos objetivos. Para elas, aquele trabalho todo não é hercúleo. O que estarrece é o fato de não perceber que quando seu chefe evoca o inseto, está dizendo: Sinto muito, mas algo tem que ser feito nesta área, preciso de estatísticas que comprovem nosso trabalho, que justifiquem nossa existência. Não possuímos o devido apoio institucional, mesmo que a lei o determine e estou extremamente apegado ao cargo para correr o risco de me indispor com a direção superior, portanto, faça o quanto e o que você conseguir fazer com o que tem... Opa!! Caí na real. Talvez a form, digo, sevidor perceba! Acho que prefiro os mamíferos.